Josicley On the Road
Educação, Ciência, Tecnologia, Literatura Marginal, teatro Experimental, música Underground e cinema de arte para mitigar minha existênciazinha perva, psicologia junguiana no meio disso tudo; filosofia e imoralidade; alguns fetiches (leves e incruentos); um pedaço e um corte de cetim...
domingo, 16 de junho de 2013
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Cuidado com o que ouvem
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
A Utopia sufoca a educação de Qualidade
sábado, 5 de maio de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
Amor
Há tanto tempo não usado, encontrei o amor, sem querer. Ontem jogado embaixo da cama. Empoeirado. Sem caixa, bula, manual. Um amor, assim, abandonado. Sujo. Rasgado. Fóssil soterrado. Navio afundado há anos. Casarão com tábuas pregadas nas janelas. Lençóis brancos sobre os móveis. Um amor acostumado com o escuro. Com o frio do quarto fechado. Com a passagem rápida de um inseto no meio da madrugada. Um velho amor largado, pronto para ser reciclado. Procurado por toda casa nos lugares errados. Nos armários limpos. Entre taças, louças. Dentro de caixas fechadas com laços. Sob tapetes varridos. Cantos desinfetados. Um amor chamado no grito. No gemido da febre. No cochicho da oração.um amor sumido. Necessitado. Um amor que apareceu quando quis. De repente. Em um lugar inesperado. Há tanto tempo não usado, eu, ontem, tropecei no amor. Empoeirado. Sujo. Rasgado. Abandonado debaixo da cama. Um amor que talvez nem funcione mais.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Rancores
Coleciono rancores. Desejos coisas ruins, Cuspo na maioria dos pratos que já mataram minha fome. Gosto da Inveja, da cobiça, de planos mirabolantes para destruir o que precisa ser derrubado. As peças inúteis que obstruem caminhos no tabuleiro onde sobrevivo. Eu: acho o amargo o melhor que o doce. A vingança mais sábia do o perdão. O Olho por olho mais justo do que a inocência ridícula da compaixão. Eu falo trás esquentando orelhas. Beijos faces indigestas com a doçura de Judas. Escondo raiva atrás dos silêncios, o ódio debaixo dos sorrisos. As facas afiadas nas mãos de trás. Há anos envio buquês que escondem plantas carnívoras. Cartas com artefatos explosivos. Flores de mentira que expiram água no meio das caras. Gosto da umidade das cavernas. Do escuro dos quartos fechados. Do silêncio das ruínas. Do Vazio das gavetas mofadas. Eu: preciso do sossego do meu ninho. Das outras cobras perigosas. Eu: se for cutucado, aviso: não há antídoto para o meu tipo de veneno.
sábado, 13 de agosto de 2011
Postishead
a voz quente de beth gibbons humanizava aquele lamento tristíssimo.
ela tinha um ar trágico, o equivalente ao que karen carpenter tinha sido nos anos 70 para a gente. “aquele tipo de voz de background que era usado nos filmes de Hollywood dos anos 30", escreveu um jornal gringo da época.
"não seria surpresa se ela em breve estivesse trabalhando com David Lynch”, escreveu o Independent.
na contracapa do primeiro disco solo dela, out of season, eu anotei o seguinte: "um homem anônimo olhando para uma paisagem na qual se destaca um velho ancoradouro semi-submerso, tudo permeado por uma névoa de ferrugem".
em 2003, ela e k.d.lang dividiram uma mesma noite no extinto TIM festival.
O que foi dito:
A despojada Beth Gibbons, de calça jeans com jeito de muito usada e blusinha preta, foi a primeira a cantar, acompanhada de uma banda com 6 músicos, tendo à frente o baixista, violonista e guitarrista Paul Webb, o Rustin’ Man. Webb, homem multimeios (que chega a fazer um slide na guitarra com um alicate), pilota o conceito híbrido da música de Beth, que envolve o uso da tecnologia entrelaçado com recursos acústicos e a intermediação de uma voz delicadíssima (mas também potente, quando ela quer).
Beth toca violão e também teclados (em Show, a última canção do seu set) e move-se com dificuldade pelo palco, insegura, arqueada, tímida, quase constrangida. Em contraponto, torna-se outra pessoa quando assume o microfone, fazendo pontes entre acordeãos, flautas, bandolins e guitarras. Sua música parece ser de lugar nenhum: às vezes soa como uma trilha de algum western spaghetti; outras vezes é um assalto instrumental que finge placidez e torna-se sem aviso prévio uma avalanche sonora. É moderna, cheia de recursos, mas carrega consigo a melancolia de séculos.